sexta-feira, 18 de junho de 2010

Era uma vez um quarteto ...


Os melhores anos de colegial eu devo a eles: Diego, Thaís e Yuri. Quarteto fantástico? Bem, não nos definíamos assim, mas poderia ser. A maioria dos trabalhos eram os 4 juntos, duplas eram formadas dividindo o quarteto. No trabalho final de curso só faltava o Yuri, mas era eu, Diego e Thaís carregando nosso grupo, madrugadas a fora programando e comentando código de software, falando besteira, discutindo a vida, e principalmente agüentando minhas decepções amorosas hahahahaha.


Bons tempos aqueles que a hora do intervalo era marcada pelo vira vira de Coca-cola (e eu sempre ganhava =D ). Bons tempos aqueles que eu apostava um suflair com a Thaís se eu falasse sobre minha ex-namorada. Resultado? Acho que devo uma fábrica de suflair pra menina. Bons tempos aqueles que a Thaís tentava tirar as meninas erradas da minha cabeça, e me dava tapas se fizesse algo looser. O Diego era mais calmo, e sempre trocava idéias.

Bons tempos aqueles que eu e o Diego ficávamos o dia inteiro jogando FIFA pelo internet. Barcelona x Manchester United. Eu jogava pelo Barcelona ;). Era o duelo de Messi x Cristiano Ronaldo. Devo admitir que o Messi levou a melhor na maioria das vezes.

Bons tempos aqueles em que assuntos pervos tomavam conta da aula de Matemática. E a Thaís só chamando nós 3 de pervos. Eu e o Yuri nós superávamos a cada aula na perversidade e durante o intervalo observávamos as garotas no pátio da escola. Como se a gente tivesse a cara de pau de chegar em alguma.


Bons tempos aqueles que jogavamos xadrez invés de eu estar ensinando as matéria nas quais eles estavam de REC. Bons tempos aqueles que o professor de Matemática chamava a nossa atenção durante a aula, colocava nosso nome da lousa e reclamava por eu estar subindo na cadeira pra passar para o outro lado do corredor. Ou o que, ele queria que eu andasse até a frente da sala e voltasse pro fundo e interrompesse a aula dele?

Bons tempos aqueles que odiávamos o professor de Programação pra Internet, tínhamos pavor de Java e medo de sermos fujarrados pela professora de Projetos. Que também era Professora de Técnicas de Programação. E ela era brava. Bem brava. Bons tempos aqueles que ela chamou Delphi de linguagem arcaica e assim eu pude zuar com a cara da minha ex ;). E detalhe que a Thaís se divertia com isso.

Bons tempos que a gente assistia jogo do Corinthians xingando o juiz e o mundo. Bons tempos aqueles que gravamos videoclipe de "Girl" das Destiny's Child para a matéria de inglês e fomos indicados a uma espécie de MTV Video Music Awards da escola.

Mas daí cada um foi pro seu lado. Eu fui trabalhar, depois me mudei pra Sampa pra fazer faculdade. Yuri foi trabalhar. Diego e Thais também. Mas mesmo assim o grupo se reuniu mais algumas vezes. Mas daí Diego e Thais (que eram namorados) terminaram. Eu e Yuri não acreditávamos nisso. Sabe quando você não imagina as duas pessoas com mais ninguém? Pois é. Thais hoje freqüenta a Igreja todos os domingos. Acredita que Deus vai resolver todos os seus problemas. Mais ainda, está sendo radicalmente influenciada. Ela mudou. Totalmente.

Liguei pra ela hoje:
Ela: Alô?
Eu: Thais?
Ela: É a Thais sim, quem está falando?
Eu: É a Mila Thais!
Ela: Mila? ............... Ah do Colégio!

E depois disso conversamos um pouco, mas nada perto da intimidade que tínhamos, é como se não fosse a Thais que estava ali falando, era outra pessoa, apenas com a mesma voz. É como não nos conhecêssemos mais. É como se agora aos 45 minutos do segundo tempo ela sentisse preconceito das minhas escolhas pessoais. Tanto que na hora que eu fui falar sobre rolos ela simplesmente mudou de assunto.

Liguei depois pro Diego, e disse essas mesmas palavras, e relembramos alguns momentos e como tínhamos saudade daquela época. Agora é passado. Passado mesmo, porque não teremos mais reencontros para relembrar os velhos tempos. O grupo se acabou. A Thais caiu fora, de todas as maneiras.

A minha amizade com o Diego e o Yuri continua intacta, sempre nos falamos, e vou querer sempre eles por perto, mesmo estando longe, cidades diferentes. Mas fiquei chateada com o que aconteceu com a Thais hoje, uma voz fria que eu nunca tinha ouvido na vida. Mas infelizmente as pessoas mudam, ou a vida muda as pessoas. Ou outras coisas mudam as pessoas.

Essa não é a primeira vez que isso acontece comigo. Há alguns anos eu tinha um super melhor amigo, Renan, mas nossas vidas tomaram rumos diferentes, nós falávamos cada vez menos, até não conseguir mais reconhecer ele. E a amizade acabou. Felizmente nem com todos isso acontece, outro dia estava conversando com o Thiago, e fazia tempo que não falava com ele, e a conversa fluiu como se ainda falássemos todos os dias.

É por isso que concordo 100% com Vinícius de Moraes: "Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações"

1 comentários:

aline naomi disse...

Só agora li esse post e adorei!! :)

Gosto da leveza com que você conta como algumas amizades terminam. Eu também encaro com uma certa naturalidade isso... embora morra de saudade de alguns amigos com quem não falo mais (e mesmo não falando com eles, para mim, continuam sendo amigos).

Beeijo!

E espero que a nossa amizade dure bastante. Te adoro, garota!

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